sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O Príncipe Pirimpo e a Princesa Sara


Esta história acontece numa linda casa onde vive um casal, um filho e dois cães que dormem num canil. Os donos os chamam de Pirimpo e Sara e nem desconfiam da grande aventura que seus cães passaram antes de terem sido adotados por eles.

A grande aventura de Pirimpo e Sara começa no Pólo Norte, onde viviam com outros cachorros da sua raça Ruski Siberiano, livres e soltos. Pirimpo lembra com saudade e tristeza deste tempo, mas sente-se feliz onde está agora.

No Pólo Norte, os cães do seu reino eram felizes. Seu pai, o grande Tico, era um líder justo e excelente caçador. Seus inimigos o temiam porque além de ser um bravo cão guerreiro, era também um sábio guia. Nas tempestades de areia, fortes e gélidas, Tico conseguia guiar a matilha para um lugar seguro, de preferencia nas grandes cavernas. Afinal, elas ofereciam um lugar quentinho e confortante para todo o grupo.

Mas nem todos os dias eram tranquilos na matilha, infelizmente, eram comuns os ataques dos lobos e ursos polares. Os lobos do bando de Bambam eram os piores. Sempre estavam a espreita e o grupo andava muito unido para poderem atacar os bravos guerreiros de Tico. Pirimpo sempre seguia o seu pai, mas Tico temia que algum combate, um dia, ferisse mortalmente seu filho impedindo que sua linhagem continuasse reinando na matilha. Por isso, especialmente diante das ousadas investidas de Bambam, Tico não queria que seu filho participasse da defesa. Mas de nada adiantava os pedidos de seu pai, Pirimpo era orgulhoso e queria mostrar a sua bravura, certo de que o seu pai, no fundo, no fundo, a aprovaria. Num destes ataques, Bambam percebeu a preocupação de Tico com seu filho, e resolveu sequestrar Pirimpo. Se seu plano desse certo, pediria a Tico que se rendesse, em troca da vida de Pirimpo. E mataria Tico.
A esperteza de Bambam fez com que ele conseguisse raptar Pirimpo e prender Tico, que neste dia, gritou com toda a força do seus pulmões para que Pirimpo fugisse para longe das garras de Bambam. Assustado Pirimpo obedeceu mas seu coração nunca ficou em paz. Sua tristeza era imensa. Seu pai morreu para salvá-lo. Ficou a andar por todo o deserto, sem rumo, sem coragem, sem vontade de viver, durante muito muito tempo.

Um dia encontrou Sara, que escapou da fúria de Bambam e que seguia Pirimpo a muito tempo.
Ela sabia da tristeza no coração do Príncipe e que ele se sentia culpado pela morte de seu pai.
Sara era meiga, tinha um olho azul e outro verde, sua beleza sempre encantou o príncipe.
Quando ele a viu, sentiu que ainda podia ser feliz e ficaram juntos. Ali, sozinhos no meio do deserto. Andaram dias e dias, sentiram frio, medo e fome. Defenderam-se do ataque de ursos enormes, de cobras, de aves selvagens, e de outros lobos. Mas tinham um ao outro e isto bastava para que continuassem a procurar um lugar para começarem as suas vidas novamente, quem sabe, até, reunir um novo bando de cães, conquistarem terras e estabelecerem domínios.

Mas o destino deles mudou, quando um dia, ouviram um estranho barulho no céu. Sentiram medo e correram como nunca haviam corrido antes. Um enorme objeto brilhoso, barulhento, parecia persegui-los, voava e era assustador com seus braços grandes e cortantes, que nao paravam de girar. Nunca tinham imaginado um animal assim !
Correram para dentro de uma caverna, que não sabiam, era sem uma única saída. Ficaram desesperados e não tiveram outra coisa a fazer senão esperar que o estranho animal fosse embora. Sara agarrou-se fortemente a Pirimpo e fechou seus olhos.

Minutos depois Sara percebeu que o barulho não mais estrondava sob sua cabeça e sentiu um cheiro forte de carne. Estava esfomeada e aquele cheiro era simplesmente irresistível. Chamou Pirimpo e foram para a entrada da caverna e lá viram, bem a sua frente, seus futuros donos. Eles voavam baixo com o helicóptero e perceberam Sara e Pirimpo, fracos, cansados, magros e doentes. Tiveram pena e desceram para alimentá-los.

O que aconteceu é que, apesar de fraca e doente, Sara era a mais bela cadela que eles tinham visto em toda a sua vida e pensou em leva-los para a casa deles. Quando estavam quase chegando, Pirimpo e Sara ficaram se perguntando todo o tempo:´´Por que essas pessoas nos deram comida e água?´´,´´Por que o clima mudou?´´, ´´Que lugar é esse?´´ e várias outras perguntas.

Chegaram na casa e ficaram no canil que tem duas casinhas com placas em cima: PIRIMPO e SARA. Com o tempo, eles ficaram acostumados e apesar destas casinhas não serem tão grandes como o Pólo Nórte, eles gostaram.


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